domingo, 21 de outubro de 2007

MINHA DÁFNE ! * Marantbarfer

Minha Dáfne

Hoje estou triste, acuado e oculto dentro da enorme caverna escura da minha cabeça.
Eu, vulcão pungente. Só, com meu violão que acaricia os arpejos em Black Bird Fly, Yesterday e Dear Prudence.
Olho o mundo das janelas tortas e sombrias dos meus olhos cegos. Frágil e com medo de ir lá fora, tropeçar no inexorável, bêbado que assaz estou.

Não tento conduzir-me e jamais te darei a mão para que o faças por mim.
Meus pulsos ainda sangram pelas veias lancinantes o néctar verde prateado dos deuses.

A menos que proves ser minha adorável Dáfne.
A menos que proves ter unhas em meus dois tatuados corações.
A menos que proves ser minha eterna amada, por quem louco, movimento oceanos que derrubam o equilíbrio das placas tectônicas e provocam ondas colossais, arrasando o mundo.
A menos que proves ser minha amada que sobreviveu aos tornados, furacões e imensas vagas, oriundos das tempestades do ardiloso Netuno.

Quem poderia salvar-me de um mar denso, turvo e profundo, estranho túmulo no Triângulo das Bermudas?
Quem trataria dessa vergonhosa antítese de Apolo, dessa derrocada em que me transformei?
Quem, senão minha eterna amada, Dáfne.

Minha louca Dáfne... Onde estarás agora...? Em que mares revoltos...?
Por inconformismo e ciúme cego, como teus olhos nessa ceia pagã.

Cromodinâmica quântica do que foi minha fôrça nuclear, bebo teu sangue nessa taça de pedra-cristal escocesa.
Ouço o cânticos das cigarras azuis, em delírio dócil de fertilidade.

Será teu canto em voz de sereia?
Será teu pranto ruidoso de amor?
Será tua voz cósmica a chamar-me...?

Leve minha língua rubra de veneno e enterre no sal dos vassalos
Prenda a ela minhas orelhas frescas e meus testículos feudais
E depois me esqueça até o fim dos tempos!

Adeus.

Um comentário:

Visite o Rio disse...

Parabéns pelo Blog!

Quando virá o livro?

De seu filho e admirador.

Guilherme :-)